Operação Vagus mobiliza 190 policiais em cinco estados e bloqueia até R$ 82 milhões em bens de organização ligada a tráfico e câmbio ilegal.
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17), a Operação Vagus para desmantelar uma complexa rede criminosa internacional acusada de crimes financeiros, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A operação, que conta com o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), mobilizou 190 policiais e cumpre 66 ordens judiciais, incluindo 34 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão, em cinco estados brasileiros.
Com núcleos operando de forma autônoma, a quadrilha teria movimentado mais de R$ 82 milhões em recursos ilícitos, oriundos de atividades como câmbio ilegal e tráfico de drogas, utilizando laranjas e empresas de fachada para lavar o dinheiro, que era posteriormente evadido para o exterior por meio de casas de câmbio. Os principais focos das atividades criminosas eram regiões de fronteira do Brasil, com destaque para Chuí (RS), onde 14 mandados de busca foram cumpridos.
Os policiais federais estão cumprindo nesta terça-feira, 17 de setembro, seis prisões preventivas, quatro prisões temporárias, doze medidas cautelares diversas da prisão e 34 medidas de busca e apreensão. A operação cumpre sete em Curitiba/PR, um em São José dos Pinhais/PR, três em São Caetano do Sul, uma na capital de São Paulo, três Natal, uma em Ponta Porã, quartoze no Chuí, duas em Bagé/RS e duas em Aceguá.
A operação é um desdobramento da Operação Operador Fenício II, deflagrada em 2022, que já havia investigado crimes financeiros na fronteira entre Brasil e Uruguai. Apesar de ações anteriores, as atividades ilegais continuaram, levando à identificação de novos membros da organização criminosa. O nome “Vagus”, que significa “errante” em latim, faz referência a um dos investigados, que fazia constantes deslocamentos pelo Brasil para depositar grandes quantias de dinheiro ilícito diretamente em agências bancárias.
As medidas judiciais incluem o bloqueio de mais de R$ 82 milhões em bens e ativos financeiros relacionados à organização criminosa, além da apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos que devem ajudar a aprofundar as investigações.